Por Alexandre
Mitiura (Miti):
Um domingo,
dia 11 de janeiro de 2015, terminou a aventura com os amigos pelo Deserto do
Atacama. Foi minha primeira viagem internacional e de mais longa distância.
Foram 15
dias de jornada pela Argentina e Chile e mais de 6 mil kms, ida e volta.
Somente
agora, mais de três semanas depois, já em Foz do Iguaçu, comecei a refletir
sobre o significado dessa viagem. Talvez essa peregrinação por culturas e
países estranhos vise buscar aquele “algo mais” em nossa bagagem de vida, a que
já me referi em outro artigo.
A viagem foi
única, inesquecível e marcará para sempre a minha vida.
Recheada de
aventura, adrenalina e emoções fortes, inclusive pelas quedas de moto que vivi.
Nada sofremos, eu e a moto. Mas, por um momento, quando achei que a viagem
pudesse ter acabado, o Odair e os amigos vieram voando em meu socorro e
levantaram minha moto e meu moral para continuarmos a aventura. Nesses
momentos, a gente aprende a valorizar ainda mais a amizade e a solidariedade.
Na altitude
do Deserto do Atacama, estive mais próximo do criador e pude contemplar suas
mais belas criações. Vales, desfiladeiros, montanhas nevadas, salares, lagunas
e vulcões. Tudo isso ilustrado pelas mais belas estradas e caminhos por que já
passei.
Foi uma
experiência física, ao pilotar nos mais variados tipos de terreno e de clima
(chuva, sol, asfalto, rípio, terra, pedras) e temperaturas (de 2 a 45 graus), e
também uma experiência espiritual, meio mística.
Voltei com mais
humanidade, mais serenidade, mais desprendimento e creio eu, com um pouquinho
mais de sabedoria para discernir aquelas coisas com que devo realmente me
preocupar na vida, daquilo que devo esquecer (para lembrar aquela famosa
oração). Voltei também com a alma renovada e alimentada por ter visto tanta
beleza, em tão pouco tempo.
Quando
parava a moto, no silêncio do Deserto, conseguia ouvir minha respiração
ofegante por causa da altitude. Raro silêncio num mundo cada vez mais louco e barulhento.
Agora, depois da viagem, percebo que devia ter levantado mais cedo, que devia
ter parado a moto mais vezes, que devia ter contemplado mais preguiçosamente a
beleza da natureza, principalmente na travessia do Paso Jama e Paso San
Francisco, as mais belas que já fiz (veja os dias 6 e 12 dos artigos do blog).
Aos
companheiros de viagem Odair, Dadiva, Rogério, Ricardo, Sérgio e Marconde, com
quem compartilhamos muitos momentos alegres e outros mais tensos, quando caímos
e nos juntamos para levantar as motos, o meu eterno agradecimento pelo
companheirismo, pelo exercício de convivência, de paciência e de tolerância, virtudes
que acabaram fazendo dessa viagem um maravilhoso sucesso.
Com a
publicação do relato e das fotos da viagem, espero também poder ajudar outros
motociclistas a viajar pelos caminhos da Cordilheira dos Andes.
Com o
intuito de incentivar as pessoas a viajar mais, finalizo essa mensagem com o
meu poeminha:
“Alma não se
alimenta de pão. Alma se alimenta da beleza da natureza.
Pão engorda
e pesa. A beleza traz leveza e alegria. Viaje em busca da beleza.”
Camarada, ótima viagem que vcs fizeram, vibrei acompanhando cada foto e seus comentários, parabéns! Abçsss
ResponderExcluirFelipe, obrigado pelos elogios e por acompanhar o blog. Abração.
ResponderExcluirParabéns pelo relato de sua incrível viagem. Muito boa leitura e muito boas as imagens também.
ResponderExcluirIrei com outros 3 amigos em setembro, porém com algumas pequenas variações no trajeto.
As histórias e fotos que vc postou me deram ainda mais gás pra encarar a viagem.
Abraços
Obrigado pelos elogios Luiz Carlos.
ResponderExcluirAssim como fui incentivado por outros relatos de colegas motociclistas, a satisfação é também muito grande quando retribuo e motivo outros colegas a encarar desafios e estradas por esse mundão afora, sempre com planejamento e segurança acima de tudo.
Abração e muito boa viagem pra você e os amigos.
Li todo o seu blog, trabalho lindo e viagem magnifica. Meu sonho eh fazer essa viagem ainda nao tive a oportunidade, mas sinto que esta perto. Obrigado pelo seu relato será de grande ajuda.
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