terça-feira, 21 de junho de 2016

Viagem de moto a Termas de Rio Hondo - MotoGP Argentina 2016 - De 31/03 a 05/04/2016

Quando o meu grande companheiro e amigo motociclista Odair (BB ou Burro Branco para os íntimos) foi assistir à corrida do MotoGP de 2014 na Argentina já tinha ficado com aquela inveja boa, mas na época não pude ir.

Para a corrida de abril de 2016, tomei coragem e comecei a planejar já no segundo semestre de 2015.

Sobre essa questão de encontrar coragem para realizar seus sonhos, penso que planejar é importante, mas não queira ser perfeccionista ou esperar demais pela situação ideal. Lembre-se que o bom é inimigo do ótimo. Na grande maioria das vezes, contente-se com o bom e siga em frente. Isso vale pra qualquer coisa ou projeto na sua vida, não só para viagens de motocicleta.

Após escrever essa linhas, lembrei-me de uma citação, se não me engano do sítio "https://www.horizonsunlimited.com/" que diz:

"Você sempre vai querer planejar melhor
Nunca haverá dinheiro suficiente
E o momento ideal não existe

Portanto, encontre a coragem,
tome uma decisão
Prepare o quanto puder
E vá adaptando o resto pelo caminho
Será a melhor época de sua vida."

Não deixe de visitar o sítio mencionado. A começar pelo nome "horizontes sem limite", muito sugestivo por sinal, acredito que você vai se deparar com muita coisa que o fará refletir e, quem sabe, mudar o rumo de sua vida.

Mas depois dessa elucubração mental, voltemos à viagem.

No planejamento da viagem à Argentina, me perguntei o porquê de o Brasil não sediar nenhuma etapa da temporada do Mundial de Moto-velocidade MotoGP. A resposta veio através dos comentaristas do canal por assinatura SporTV, que transmitem a corrida. As pistas do Brasil não atendem a vários quesitos determinados pela organizadora do evento, a Dorna, principalmente no aspecto segurança para os pilotos (grandes áreas de escape e etc.). Mas creio que outros motivos também travam as negociações com os nossos políticos e autoridades de governo.

Assim, se você quiser ver de perto o lendário italiano Valentino Rossi (VR46), o formiga atômica espanhol Marc Marquez (MM93) e o atual campeão e também espanhol Jorge Lorenzo (JL99), bem como suas máquinas maravilhosas, vai ter que ir à Argentina, onde é realizada a única prova da MotoGP na América do Sul. É uma grande oportunidade para fazer uma viagem internacional de moto e ainda curtir a corrida.

Não queria fazer a viagem sozinho e conversando na academia do meu amigo Bahia, felizmente encontrei outro louco disposto a viajar 1360 km de moto, a partir de Foz do Iguaçu até Termas de Rio Hondo, província de Santiago del Estero (província é o mesmo que Estado pra nós), cidadezinha de cerca de 30 mil habitantes no norte da Argentina, onde fica o autódromo. No inverno, Termas recebe muitos turistas a desfrutar de suas águas termais. Ah, o nome do outro louco é o Edrian, bom garoto, com uma bela moto, uma esportiva Suzuki GSX-R 1000 SRAD, ano 2015, com uns 8 mil km rodados somente.

Mas começamos com sérias dificuldades para comprar os ingressos pelo sítio oficial, ou seja, www.ticketek.com.ar/ , que não conseguia concluir nossa compra com o nosso cartão de crédito brasileiro. O cartão estava habilitado para compras internacionais, tinha saldo suficiente, mas apresentava um erro inesperado ao final. Nem eu nem Edrian conseguimos comprar os ingressos e a data da viagem chegando. Conclusão: decidimos ir sem ingresso mesmo e tentar comprar ao chegar lá. Já me imaginei comprando de cambista e pagando muito mais caro, coisa comum no Brasil. Mas Argentina não é Brasil e, sendo assim, compramos tranquilamente os ingressos ao chegar lá, e no posto oficial de venda, pelo preço normal. Aquele sítio abre para compra pela internet já por volta de novembro do ano anterior. Á medida que a corrida se aproxima, os preços dos ingressos tem uma pequena elevação, mas sem exagero. Mesmo que você não consiga os ingressos antecipadamente, vai na fé que dá.

Abaixo um resuminho da viagem:

Motos: Uma Suzuki VStrom 650 ano 2013 e uma Suzuki GSX-R 1000 SRAD ano 2015.
Destino: Termas de Rio Hondo - Província de Santiago del Estero - Argentina.
Distância total percorrida: 2.900 km, ida e volta (incluindo os deslocamentos no destino)
País(es): Argentina.
Período: 31/03 a 05/04/2016 (quinta a terça).

Veja nosso roteiro abaixo, pelo Google Maps:

(clique no mapa para ampliar)




Previsão de tempo bom, sem chuva, para quase todos os seis dias de viagem em nossa rota de ida e volta, que incluiu Foz, Resistência e Termas de Rio Hondo.

No primeiro dia de viagem (quinta-feira, 31/03/2016), rodamos 630 km até Resistência. O tempo permaneceu perfeito até Posadas (cerca de 320 km de Foz), mas depois começou a ficar feio, depois muito feio e a chuva veio. Diminuímos a velocidade para algo em torno de 80 km/h. Havia muitas motos na estrada, todas obviamente com destino a Termas. Em certo momento, passamos por um pequeno grupo, com uma moto estacionada na grama do acostamento no sentido contrário ao nosso e outras duas motos paradas no acostamento, com três motociclistas conversando. Achamos estranho, mas parecia estar tudo bem com eles, então seguimos em frente. Quando paramos num posto para abastecer, vimos uma camionete levando uma moto com várias pessoas ao redor e um senhor com nariz sangrando um pouco e alguns ralados. Conversando com as pessoas que ali estavam, nos contaram que após uma parada, o grupo entrou na estrada pra seguir viagem quando uma das motos travou o cardã (uma BMW GS 1200), levando o motociclista ao chão. A sorte, se é que se pode chamar assim, foi que eles estavam a 80 km/h, pois tinham acabado de sair do acostamento e o capacete ainda estava aberto, motivo dos cortes no lábio e nariz na queda. Bom, desnecessário dizer que a viagem acabou para aquele colega motociclista.

Uma pena, pois uma viagem em que se planejou lazer e diversão, transformou-se em pesadelo e raiva. Digo raiva porquê para uma moto que custa cerca de R$ 90 mil, você nunca espera que ela vá desapontá-lo desta forma, deixando-o na mão no meio da estrada. Assim, a raiva e a decepção devem ter tomado conta do nosso amigo acidentado. Ainda no meio daquela gente lá no posto, um outro colega comentou que bom mesmo é a velha corrente, pois você faz a manutenção ou a troca facilmente em caso de um problema ou defeito, enquanto que um cardâ !!??!!?? Não há o que fazer. Acaba mesmo a viagem.

Até esse episódio, estava firmemente decidido a pegar uma moto com transmissão por cardã quando fosse fazer a troca da minha VStrom. Depois desse aprendizado, acho que vou ponderar melhor os prós e contras, o custo benefício e etc.

Vamos ver algumas fotos:

(Clique sobre a foto para ampliar)

Preparando para sair de casa no dia 31/03/2016.

Minha esposa Helen clicando eu e o Edrian antes da partida.
Muitas motos na estrada em direção a um evento espetacular. Mundial de Motovelocidade.
Indo ao encontro de nuvens mal humoradas.
E não teve jeito. Veio a chuvinha pra refrescar. Velocidade máxima: 100 km/h.
Mais adiante, tempo bom e mais motociclistas na estrada.
Após mais de 600 km, chegamos a cidade de Corrientes.
Início da travessia da ponte sobre o Rio Paraná, que liga Corrientes a Resistência.

Esta ponte é uma espécie de ponte estaiada, com o uso de cabos de aço, muito bonita.

Segunda vez que passo por esta ponte, que já está ficando familiar.
Pedágios na Argentina, uma beleza porquê motos não pagam. Em algumas rodovias do Brasil, motos também não pagam.
Meu GPS nos levou direitinho ao Hotel Diamante, em Resistência, que o Edrian havia reservado. Foram 500 pesos o quarto duplo, ou cerca de 125 reais (63 pra cada), com um bom café da manhã. Ar condicionado e estacionamento no sub-solo para as motos. Perfeito.
Como ninguém é de ferro, à noite em Resistência, saímos para um lanche e uma cerveja argentina Quilmes.




Segundo dia (01/04) e último trecho da viagem de ida até Termas de Rio Hondo. Eu, de VStrom e louco pra pegar a SRAD do Edrian e o Edrian querendo testar e possivelmente comprar uma big-trail pra viajar com mulher.
Combinação perfeita. Trocamos de moto por uns 100 km ou mais. Primeira vez que pego uma moto super esportiva. Ronco lindo desse motor maravilhoso, com ponteira Akrapovic. E que vigor desse motor !!! Pra vocês terem uma ideia, só a primeira marcha vai a 180 km/h. Ela chega a 299 km/h no velocímetro porquê o motor corta o giro.

Segue aqui um pequeno vídeo de cerca de 2 minutos que editei :




O Edrian com a minha VStrom 650 e eu com a SRAD 1000.
OOpps, flagrante no velocímetro a 137 km/h. Pouco pra um motor com 184 cavalos, enquanto a minha VStrom tem 67 cavalos.
Próximo a cidade de Presidente Roque Saenz Pena.
Aqui, paramos para ver como estava o motociclista depois desse acidente. O piloto desta Tryunph 1200 perdeu o controle da moto, que estava bastante avariada.
Este senhor foi o piloto que sofreu o acidente. Estava desolado, juntando os pertences de sua bagagem. Na foto não aparece, mas ele estava com a parte interna dos braços toda esfolada. Depois de uma cena triste como essa, reduzi a velocidade pelo resto da viagem.
Ele relatou que o guidão da moto começou a vibrar demais e perdeu a direção. Esse efeito é chamado de "shimmy". Encontrei no Google a seguinte definição pra isso:

"trepidação anormal das rodas dianteiras de um veículo quando se atinge determinada velocidade, normalmente causada por falta de equilíbrio ou de alinhamento delas."

As causas desse efeito podem ser muitas, entre elas, suspensão mal calibrada, rodas desalinhadas ou desbalanceadas, caixa de direção folgada, peso mal distribuído na moto e etc.
Vi um comparativo de motos esportivas no Youtube, onde o piloto dos testes relata a necessidade de a moto ter o amortecedor de direção, equipamento de segurança, segundo ele, importantíssimo que pode anular esse indesejado efeito.

Após essa parada, voltamos a pilotar nossas próprias motos.

Retomamos a estrada para Termas de Rio Hondo marcados pelas imagens do acidente.
Chegamos a Termas por volta das 16 horas da sexta-feira, dia 01/04, mas a lente da GoPro sujou com insetos mortos e as fotos ficaram muito ruins e não dá nem pra postá-las aqui. Por isso, é recomendável dar uma olhada na lente sempre que parar a moto.

A primeira providência nossa foi confirmar a reserva na Pousada Karive (www.karivedepartamentos.com.ar). Esta reserva foi feita por mim utilizando o site da cidade na Internet (www.lastermasderiohondo.com), considerando que todos os hotéis que constavam no "Booking.com" para a cidade já estavam esgotados.

Essa Pousada, reservada em cima da hora, ficou com preço um pouco salgado. Preço de 4200 pesos pelos três dias, ou 1400 por dia (cerca de 350 reais). Dividindo por mim e o Edrian, foram 175 reais por dia pra cada um. Outra opção era reservar um pouco mais barato na cidade vizinha de Santiago del Estero, distante 80 km de Termas.Mas já imaginou rodar todo dia essa distância para ir e vir no autódromo e na pousada ??!!! Tudo ok com a reserva da Pousada, fomos atrás dos ingressos.

Na praça principal da pequena cidade de 30 mil habitantes, encontramos o local oficial da venda. Na fila, um brasileiro nos abordou dizendo que tinha organizado a vinda de um grupo da cidade de Marechal Cândido Rondon-PR e que uma pessoa não pode vir e por isso tinha um ingresso da tribuna do Marc Marquez para vender. Nossa intenção era comprar ingresso para a tribuna do Valentino Rossi, mas pra ajudar o colega brasileiro, compramos o ingresso dele.

Preço no guichê de 3200 pesos (cerca de R$800). Compramos por 3 mil pesos do colega brasileiro.
Logicamente que há ingressos mais baratos que os da Tribuna, mas a visão da pista proporcionada para quem está nas tribunas é muito boa. Veja nas fotos mais adiante. Acho que vale a pena o esforço de comprar um ingresso melhor depois de viajar de tão longe. Mas se não puder, compre qualquer ingresso mesmo que vale muito a pena. Para ver os preços e a localização, acesse o site oficial de venda www.ticketek.com.ar.

Uma explicação: A palavra "ABONO", que você vê no ingresso significa que ele vale para os três dias de competição, ou seja, os treinos livres na sexta-feira, o treino classificatório do sábado e a corrida no domingo. Você também pode vir e comprar só o ingresso para o dia da corrida, que é um pouco mais barato.

Comprados os ingressos e instalados na pousada, fomos ver o agito noturno na praça central da pequena cidade.

Clique sobre as fotos para ampliá-las.

Muita gente na praça central.

Motos de todos os tipos e marcas.

Meninas alegrando a praça. Uma beleza e um colírio para os olhos.

Capacete que é bom praticamente não se via na cabeça do povo aqui na cidade.

Não resisti a tamanha alegria e pedi a gentileza de uma foto com as promotoras do evento.


Olha que beleza essa Ducati.

Vale tudo pra sair na foto com o 93 do Marc Marquez.
Eu e minha mais nova paixão. Srad 750. Linda, majestosa.
Edrian, que isso rapaz !!!! Fazendo trenzinho.....!!!???
Mulheres lindas.

Lindas e fantasiadas.
Dia seguinte, sábado, 02/04 dia dos treinos classificatórios para a corrida de domingo.
Eis algumas fotos:

Rua de acesso ao autódromo.

Muitas motos, de todos os tipos e cilindradas.

Os pilotos saindo dos boxes para os treinos de classificação.

Parecíamos como crianças num parque de diversões.
Agora as fotos do grande dia, o dia da corrida, domingo, dia 03/04/2016:

Foto da tribuna do Valentino Rossi ao fundo, com faixas amarelas e da Ducati, com o Rio Hondo ao fundo.

Preparativos para a largada.

Foto aproximada do telão, bem a nossa frente, mostrando o piloto Maverick Vinales da Suzuki.

No início, nuvens ameaçadores, mas que não chegaram a se precipitar.

A largada. Pena que a foto não ficou muito boa.

A largada em vídeo abaixo também não ficou lá essa coisas:



Neste outro vídeo, dois pilotos foram ao chão:




O telão a nossa frente mostrava 6 voltas pro final, com Marquez na frente, seguido por Rossi e Vinales da Suzuki em terceiro.
Estava torcendo muito pra escuderia Suzuki, a minha favorita, mas o Maverick Vinales caiu a três voltas do final, uma pena.
Durante a corrida, filmamos todo o tempo, por isso as poucas fotos. Mas assim que o trabalho me der uma folga, vou editar os vídeos e postá-los aqui.
Quer tiver dúvidas sobre qualquer detalhe da viagem, pode postar aqui.
A volta para Foz do Iguaçu nos dias 04 e 05 de abril transcorreu sem problemas, com tempo bom
Um abraço a todos.



domingo, 10 de abril de 2016

Viagem de moto ao Rio de Janeiro - Rock in Rio 2015 - 16 a 21/09/2015


Primeiramente, desculpem o longo tempo sem novos artigos aqui no blog. Sei que estou devendo. A última postagem foi em 05 de fevereiro de 2015, ainda sobre a viagem ao Deserto do Atacama, realizada em janeiro/2015.
Desde então, fiz pequenos passeios de moto próximos a Foz do Iguaçu. Depois da maravilhosa viagem à Argentina e ao Chile, passando pelo Deserto do Atacama, onde tive a oportunidade de apreciar belos cenários da natureza, confesso que perdi um pouco do entusiasmo de relatar e escrever sobre os pequenos passeios, que se tornaram comuns e sem muitos atrativos. Reconheço que falhei, mas vou retomar minhas postagens, pois isso me dá prazer. A ideia é compartilhar experiências vividas nesse incrível mundo das duas rodas que, mesmo numa pequena viagem ou passeio de final de semana, pode proporcionar momentos únicos e novos ensinamentos passíveis de serem compartilhados e que podem ajudar outros motociclistas (como o caso do pneu furado relatado abaixo). Assim, fica aqui meu compromisso de escrever com mais frequência no blog.
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Assistir a uma edição do Rock in Rio era um daqueles desejos guardados numa lista de coisas a fazer ou lugares a visitar antes de morrer. Existe um livro chamado: "1.000 lugares para conhecer antes de morrer" ? Pois é, é mais ou menos nessa linha. E essa edição de 2015 do Rock in Rio foi uma edição especial de 30 anos do festival, uma vez que o primeiro foi em 1985.

Pra começar a realizar este desejo, me inscrevi no Rock in Rio Club em 2014, como uma forma de comprar o ingresso antecipadamente, sem aquela correria que ocorre quando abrem as vendas pela internet. No Rock in Rio 2013, por exemplo, 80 mil ingressos foram vendidos em menos de uma hora. Assim, me inscrevi nesse clube de apaixonados por rock e ainda ganhei uma bonita miniatura de guitarra (olha ela aí embaixo). Por volta de setembro ou outubro de 2014, comprei dois ingressos a R$ 320,00 cada.


Com os ingressos comprados e algumas das atrações do show já confirmadas, em março desse ano foi preciso associar os ingressos a um dia específico. Escolhi o dia 19 de setembro, em que a principal atração foi a banda Metallica. As outras bandas desse dia foram Gojira, Royal Blood e Motley Crue. Foram 7 dias de rock, entre os dias 18 e 27 de setembro.

Uma pena foi o meu celular ter enguiçado logo dois antes da viagem. Perdi a chance de fazer várias fotos instantâneas. Não queria fazer a viagem ao Rio sozinho e felizmente o Rogério topou a empreitada comigo. É um grande amigo e tem uma moto igualzinha à minha, uma Suzuki VStrom 650. São iguais até no ano (2013) e na cor (prata).

Abaixo um resuminho da viagem:

Motos: Duas Suzuki VStrom 650 ano 2013.
Destino: Rio de Janeiro - RJ.
Distância total percorrida: 3.350 km, ida e volta (incluindo os deslocamentos no destino)
Estados: Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Período: 16/09 a 21/09/2015 (quarta a segunda).

Veja nosso roteiro geral abaixo, pelo BaseCamp:



E agora o mesmo roteiro com mais zoom: (clique no mapa para ampliar)



Previsão de tempo bom, sem chuva, para todos os seis dias de viagem em nossa rota de ida e volta, que incluiu Foz, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro.

No primeiro dia de viagem (quarta-feira, 16/09), aconteceu algo que eu não esperava. Como sou precavido, já havia comprado em 2014 um kit borracheiro, mas nunca achei que iria usá-lo, pelo menos não tão cedo. Pouco depois da cidade de Cascavel-PR, quando estávamos passando pelo posto da Polícia Rodoviária Federal em Ubiratã, o pneu dianteiro da moto do Rogério furou.

Paramos ao lado do posto policial e a primeira providência minha foi procurar por um prego ou parafuso ainda preso ao pneu. Curioso que o pneu murchou muito rápido, o que não é comum para pneus sem câmara, que costumam esvaziar lentamente. Não achei nenhum prego ou parafuso que indicasse o local do furo. Assim, usamos o spray veda-furo na esperança de resolver o problema. Esse spray tem uma mangueirinha que você rosqueia no bico da roda para injetar o líquido branco vedante e também o ar para encher o pneu. Minha surpresa foi que o líquido branco começou a vazar pelo furo, o que indicou o local do furo. Era hora então de usar e testar pela primeira vez o kit que eu tinha comprado. Uma pena foi o meu celular ter enguiçado logo dois dias antes da viagem. Perdi a chance de fazer várias fotos de oportunidade, como neste momento quando eu estava usando o kit.

Mas acho que fiz tudo direitinho, ou seja, copiei exatamente o que os borracheiros fazem: localizado o furo, passe a chave, que parece uma lima, várias vezes no furo para limpá-lo de eventual sujeira ou impureza. Feito isso, pegue um macarrão do kit e passe por dentro do bico da outra chave que vem no kit, deixando metade de um lado e metade do outro. Veja abaixo o meu kit:



Depois, vá empurrando a chave devagar pelo furo do pneu até que sobre uma pequena ponta do macarrão para fora, e retire a chave. O macarrão fica preso ao pneu porquê parece que é feito de uma tira de borracha derretida com uma cola grudenta, o que ajuda a vedar o furo. Corte com tesoura ou canivete o pedaço do macarrão que ficou pra fora do pneu. Feito isso, usamos meu mini compressor, ligado na tomada 12v presa ao guidão, para encher o pneu e pronto. Com o medidor manual de calibragem, verificamos a medida certa e seguimos viagem. Não sem antes agradecer ao policial rodoviário federal, que gentilmente nos ofereceu o banheiro do posto policial para as devidas necessidades.

Neste primeiro trecho, de Foz a Londrina, meu capacete incomodou bastante, pois com o uso do intercomunicador, parece ter ficado pequeno e machucou minha orelha. A próxima viagem necessitará de um capacete novo, mas desta vez, vou comprar um número maior para alojar o intercomunicador. Acabei comprando um capacete aberto número 60/61 para uso na cidade, pois ventila melhor no calorão de Foz e outro ainda a ser comprado para as viagens.

Após 530 km chegamos a Londrina, onde o Jean nos esperava. Cedeu seu apartamento e passamos a noite com ele. E ainda nos levou a uma lanchonete, onde fizemos um lanche maravilhoso antes de cair na cama. Registramos o momento no apartamento do Jean com a foto abaixo.


Pela manhã, o Jean nos preparou um belo café da manhã e seguimos em direção a São Paulo. Tínhamos mais uns 520 km até São Paulo, via Ourinhos e rodovia Presidente Castelo Branco. Na Castelo, motos não pagam pedágio, um alívio para o bolso. Tenha cuidado apenas na hora de passar pela pista que a concessionária disponibiliza para as motos, principalmente se você estiver com baús laterais. Essa passagem é estreita. No pagamento dos pedágios antes da Castelo Branco, eu e o Rogério revezávamos o pagamento para agilizar a passagem.


Entre Londrina e Ourinhos, cerca de 130 km com muitas curvas gostosas pra acelerar.
Neste posto da polícia rodoviária, trocamos os capacetes para que o Rogério tirasse fotos e me filmasse um pouco, já que a minha GoPro estava fixada no meu capacete.
E por falar em câmera GoPro, não se esqueça de um recurso que eu acho bem interessante no modelo Hero 3+, que é a filmagem intercalada com fotos automáticas a cada lapso de tempo. Eu programei para que a câmera tirasse uma foto a cada 30 segundos, enquanto filma normalmente. Existem outros lapsos de tempo em que você pode programar e esse recurso está presente em vários modelos, mesmo nos mais antigos.

Nesta foto, o Rogério usa meu capacete para me fotografar ao lado dele.

Nesta outra, já destrocamos os capacetes.

Acima, já no Posto Rodoserv Star, na rodovia Castelo Branco, km 191. Parada altamente recomendável, pela estrutura de serviços disponíveis, de alta qualidade.



O Rogério está usando a camiseta que fizemos para o Deserto do Atacama.

Chegando em São Paulo, não podia deixar de ver meu amigo Sérgio e sua esposa Kátia, os melhores amigos que deixei em São Paulo. Após passar na casa do Sérgio, contatamos nosso amigo Ricardo Vasconcellos, que nos pegou na casa do Sérgio e fomos até o apartamento dele, no bairro do Morumbi. Guardamos as motos na garagem do edifício. Relatamos ao Ricardo a nossa viagem até ali, tomamos banho e o Ricardo nos levou a pé para um lanche rápido numa excelente lanchonete na esquina da Av. Giovanni Gronchi, próximo do apartamento.
Discutimos com o Ricardo sobre a saída de São Paulo no dia seguinte, se pelas marginais Pinheiros e Tietê ou se pelo Rodoanel Mario Covas. Pelo Rodoanel, o caminho fica 70 km mais longo, mas não pegamos os engarrafamentos que normalmente ocorrem nas marginais, principalmente às sextas-feiras. Foi o que fizemos. Andamos o tempo todo no limite de velocidade do rodoanel, ou seja, entre 90 e 110 km/h dependendo do trecho, sem nenhuma perda de tempo.
Neste trecho São Paulo / Rio, feito no dia 18/09/2015, uma sexta-feira, acabei ligando a câmera só lá pelas 4 e meia da tarde, já descendo a Serra das Araras. Vejam algumas fotos:


Descendo a Serra das Araras, sentido Rio de Janeiro, com o Rogério à frente.




Antes de chegarmos à Serra das Araras, contatamos o Marconde, que nos informou que precisava nos encontrar pra deixar as chaves do apartamento dele conosco, pois tinha esquecido de deixar na portaria do prédio. Lógico que se tratava de um GOLPE de carioca malandro. Ao nos encontrarmos, ele disse que, se não fizesse assim, nós iríamos direto, sem falar com ele. (Lógico que não né Marconde). O Marconde estava indo a São Paulo ver o filho justamente naquele final de semana do show do Rock in Rio e deixou seu apartamento exclusivamente pro nosso uso. Uma gentileza do tamanho do coração do Marconde. Obrigado meu camarada!

Chegando ao trânsito do Rio numa sexta-feira a tarde. Final da Rodovia Presidente Dutra.

O trânsito infelizmente parou por causa de uma blitz, mas correu tudo bem. Passamos também pelas linhas vermelha e amarela.

Agora partimos para algumas imagens belíssimas dos shows do Rock in Rio do dia 19 de setembro de 2015.



Na tela ao fundo, a homenagem aos 30 anos do Rock in Rio.






Metallica na veia.



Nos dois telões laterais, o líder, vocalista e guitarrista do Metallica James Hetfield.



Encerrando o show do dia, a organização do Rock in Rio agradecendo a presença de todos com muitos fogos de artifício.
No domingo, dia 20/09, começamos a jornada de volta pela Via Dutra em direção a São Paulo.



Tempo excelente, asfalto melhor ainda, calor infernal que fazia o pneu "derreter" e grudar no asfalto, com curvas longas e deliciosas de acelerar....nada melhor.


Placa mostrando km 304 na via Dutra - RJ, pilotando sentido Sul.
Chegando a cidade de Aparecida do Norte, já no estado de São Paulo.


Meu companheiro de viagem Rogério.

Ops, uma foto meio distraído, mas lembrança da passagem pela cidade sagrada. Na saída de Aparecida do Norte, já escuro, um dos faróis da minha VStrom queimou. Um motociclista que passava nos ajudou a trocar a lâmpada por uma reserva que eu trazia. Pequeno atraso de 20 minutos  para a troca e seguimos viagem. Fiquei com uma lâmpada amarela (original) e a outra luz branca, mas pelo menos com iluminação.
Uma parada em um dos pedágios da Rodovia Castelo Branco para uma foto com a camiseta do Rock in Rio: "EU FUI".
E no último dia, fizemos a mais longa quilometragem num dia só, ou seja, cerca de 1070 km de São Paulo, capital, até Foz do Iguaçu, Paraná, na segunda-feira, dia 21/09/2015, após dormimos em São Paulo, na casa do amigo e também motociclista Ricardo Vasconcellos, que gentilmente nos acolheu.
E assim foi nossa viagem, realizado mais um sonho de ver o Rock in Rio ao vivo.
Para 2017, já foi confirmada nova edição...quem sabe não estaremos lá de novo.