terça-feira, 26 de setembro de 2017

Viagem de moto a Argentina, Uruguai e Sul do Brasil - de 27/12/2016 a 12/01/2017 - Parte 3/3

Na última postagem desta viagem, vou abordar um destino muito procurado pela comunidade motociclística e, em geral pelos brasileiros, ou seja, o sul do Brasil.

Pra melhor visualização do trecho a que me refiro, segue abaixo um "print" do GoogleMaps :



Trecho : Chuí, Pelotas, Cambará do Sul (Canions), Serra do Rio do Rastro, Joaçaba e Foz do Iguaçu.

Nesse trecho, após realizarmos o processo migratório de saída do Uruguai e entrada no Brasil pelo Chuí-RS, pegamos os cerca de 170 km da BR 471 entre Chuí e Pelotas-RS.

Dando sequência, vamos relatando a viagem junto com as imagens.


Reserva Ecológica do Taim, de proteção integral, criada em 1986. Região de banhados, campos, lagoas, praias arenosas e dunas litorâneas,  com capivaras, jacarés e muitas aves, inclusive migratórias : cisne branco, flamingos, maçaricos e etc. Há também muitas espécies de animais, sendo muitos mamíferos.

Embora eu não tenha tirado foto, vi uma pedindo cuidado com pequenos animais que poderiam cruzar a pista.
Chegamos em Pelotas com chuva fraca e fomos direto para a Pousada do Estudante, que reservamos com antecedência. Embora o quarto de casal fosse pequeno, recomendo o local pois o atendimento foi excelente, tivemos garagem coberta para a moto e o café da manhã muito bom. O preço ficou na média, em torno de R$ 170 o quarto de casal com café da manhã. Não gostei muito da cidade de Pelotas por apresentar um aspecto muito antigo, com casas antigas no centro, além do piso de paralelepípedo em quase toda a região central, o que não é lá muito agradável pra quem anda de moto. Mas isso é uma questão de estilo e gosto pessoal, com certeza.

Dia seguinte pela manhã, moto na estrada em direção a Cambará do Sul. Optamos por seguir pela rodovia RS-020 já na altura da cidade de Cachoeirinha, logo depois de passar nos arredores de Porto Alegre. Eu já tinha pesquisado esta rodovia e, com exceção de seu início, ainda em Cachoeirinha, que era estreita e muito movimentada, à medida que fomos ganhando altitude e subindo a serra, o visual passou a ficar muito bonito e tivemos certeza que a decisão de seguir por ela foi acertada.

Passando próximo à entrada da cidade de Taquara-RS. A placa avisa também que há na cidade arquitetura histórica, exposição agropecuária e Museu.

Começamos a subir a serra, o acostamento desaparece mas a rodovia ganha muito em beleza e natureza. 
RS-020, quando puder, não deixe de conhecer.

Repare nas hortênsias coloridas à beira da pista. O GPS nesta foto já marcava uma altitude de 914 metros e subiríamos ainda mais.

Próxima parada na RS-020, Café Tainhas, ótimo local para um lanche, breve descanso, banheiros limpos e etc.
 
Local agradável e um lanche gostoso por um preço bem bom.

Depois do excelente Café Tainhas, seguimos para Cambará do Sul e eis a placa de boas-vindas da cidade.
Em Cambará do Sul, hospedamo-nos na Pousada Cabanas Brisa dos Canyons. É um lugar bem simples por um preço justo de R$99 reais a diária do quarto de casal com café da manhã.

Pousada Cabanas Brisa dos Canyons em Cambará do Sul-RS.
Restaurante "O Casarão", imperdível no centro de Cambará, que serve uma truta maravilhosa.

Trutas para todos os gostos.













Cervejas de diversas marcas, importadas e nacionais.
 Ficamos com a Budweiser mesmo.














Ficamos apenas dois dias em Cambará, o dia da chegada e o dia seguinte inteiro. Terceiro dia, estávamos na estrada.

Mas foi o suficiente para visitarmos os dois cânions mais famosos, o Itaimbezinho e o Fortaleza, marcados na placa ao lado.

Quando estava fazendo o planejamento da viagem, queria seguir direto para São José dos Ausentes, como mostra a placa. Seriam somente 43 km, mas ao pesquisar melhor constatei que não eram asfaltados. E eu com a VStrom com pneus de asfalto, garupa e carregado com baús, se pegasse chuva, estaria em apuros num piso de terra. Então, fiz outra opção, que vocês verão mais adiante.



Contratamos uma das muitas agências de turismo da cidade, para nos levar aos dois cânions, uma vez que o trajeto, apesar de curto, era muito irregular, com terra e pedras grandes.

Segundo o guia que nos levou, tivemos sorte porquê, apesar do tempo fechado, a visibilidade horizontal estava perfeita, permitindo enxergar muito longe. O vento forte estava levando as nuvens pra longe dali, permitindo essa visibilidade perfeita dos cânions. Primeiro cânion, o Itaimbezinho.

Paisagens que dá vontade de sentar ali e ficar pensando na vida, meditando.......


Segura o chapéu, senão vai embora com o vento.

Uma das coisas gratificantes das viagens são as amizades que fazemos. Nesta foto, o guia de boné preto e camiseta do Led Zeppelin e um carioca muito animado.



Segundo os guias, desta posição dá pra ver o mar e a cidade de Torres-RS. Consegui ver o mar, mas a cidade não estava ao meu alcance visual.

Minha Rainha, linda e majestosa como sempre (ou quase sempre,  rsrsrsrsrs....)

Contemplando a beleza da natureza.
Subindo para os melhores mirantes dos cânions. Pequeno esforço físico é necessário.

Não esquece de clicar sobre as fotos para vê-las em tamanho maior. Já reclamaram do tamanho exagerado das fotos que coloco no blog. Mas eu já descobri que ser exagerado está lá na minha essência, então não tem jeito....

Cachoeiras de diversos tipos e tamanhos. Lindas e divinas. Esta da foto
começou a querer formar um arco-íris lá embaixo.

A gente se sente muito bem nesses lugares. Pena que não deu pra trazer a minha companheira VStrom.

Minha majestosa.
Parque Nacional da Serra geral.

Parque Nacional de Aparados da Serra. Trilha do Cotovelo. O Cânion Fortaleza fizemos na parte da tarde.






















Cânion Fortaleza. Alguns acham mais bonito que o Itaimbezinho.



Duas cachoeiras na mesma foto.
Depois dos passeios, era hora de voltar pra casa. Mas eu ainda queria passar na Rota do Sol (BR 453) e na Serra do Rio do Rastro, pois minha esposa não conhecia.

Assim, voltamos uns 30 km até o distrito de Tainhas (onde próximo tem o Café Tainhas onde paramos) para então pegar a BR 453 (conhecida como Rota do Sol) em direção ao litoral (BR 101). Uma pena que, ao invés de Sol, pegamos chuva, então, para nós foi a Rota da Chuva. Mas não tem problema, é só mais um motivo para voltar.



Rota do Sol (BR 453) com chuva.
Na BR 101, passamos pela cidade de Torres-RS, Araranguá-RS, e saindo da BR 101, entramos para Criciúma-SC até a cidade de Lauro Muller, onde se começa a subir a Serra do Rio do Rastro, onde também pegamos chuva. Este motociclista estava parado na subida da serra e paramos para saber se precisava de algo. Era uma moto 150 cilindrada e repare na placa: Maceió-AL. Para quem quer rodar o mundo, não há limites, nem obstáculos. Os limites estão em nossa mente.
Paramos nesta casa de lanches na Serra do Rio do Rastro para tomar um café.
Apesar da chuva na subida da Serra, repare que tem gente parando nos diversos mirantes para tirar fotos.
Olha só a dificuldade de subir dividindo a serra com caminhões grandes. Como a pista é muito estreita, nas curvas que parecem mais um cotovelo, o caminhão acaba invadindo a outra pista (no caso a minha) e não deixa espaço pra você passar. Olha a enrascada.
Ainda bem que o caminhão viu que eu tinha parado a moto e não tinha espaço para passar. Ele também parou no meio da curva e ficou me olhando. Tive que pedir para minha esposa descer da moto, dei ré segurando a moto no freio, bem devagarzinho pra não derrubar a moto.
Dei a volta passando na frente do caminhão parado. Depois que passei, ele se foi. Veja na foto que o caminhão estava descendo mas quase que totalmente na pista contrária. Existe uma placa proibindo a utilização da serra para caminhões acima de um certo cumprimento, mas duvido que todos os caminhoneiros respeitem isso. A foto está embaçada por causa das gotas de chuva na lente da GoPro.
Depois do susto lá na Serra do Rio do Rastro, a chuva deu lugar ao sol, e felizmente chegamos ao Snow Valley, ou Vale Nevado, bom lugar para dar aquela parada para um café ou um chocolate quente. Fica um pouco antes da cidade de São Joaquim, um dos lugares mais frios do Brasil, que chega a nevar no inverno. Foi uma excelente parada depois da chuva que pegamos praticamente o dia todo.


Cansados, porém felizes.
Depois do lanche, pé na estrada de novo. E olha só que legal. Cumprimento mútuo dos viajantes de moto na estrada. Isso aconteceu dezenas de vezes e a câmera pegou esta (a GoPro foi programada para bater 1 foto a cada 30 segundos enquanto filma.)

Pedi para a patroa bater esta foto na entrada da cidade, rodando mesmo. Até que ficou boa. Foi a primeira vez que passamos em São Joaquim. Pena que não deu para parar e conhecer a cidade com calma.


Vista bem legal da sacada do quarto do Hotel Joaçaba. E o bom é que fica na beira da rodovia. Não dá trabalho pra percorrer todo o trânsito da cidade antes de pegar a rodovia.

Paramos no Hotel Joaçaba, da cidade de mesmo nome para descansar e pernoitar. Última parada desta viagem. Recomendo fortemente este hotel pra quem estiver de passagem pela região. Suítes simples, mas limpíssimas, café da manhã divino, com garagem coberta para a moto, excelente conexão wi-fi e preço justo de R$ 160 a diária do quarto de casal.

No restaurante do próprio hotel, um chope pra comemorar nossa viagem.
E assim finalizamos mais uma excelente viagem, com a proteção integral Dele.
Foram alguns meses de planejamento para que esses 17 dias de viagem transcorressem sem problemas, quedas ou algo pior.

A próxima viagem, que já esta programada, será para ver a corrida de MotoGP 2017, na cidade de Termas de Rio Hondo, na Argentina. Pela segunda vez, pois já marcamos presença na corrida de abril de 2016. Veja as fotos e o relato da viagem. Um grande abraço a todos os motociclistas e boas estradas.