Na segunda postagem, vou relatar como foi a viagem em todo o Uruguai (Colônia del Sacramento, Montevideo e Punta del Este), e na terceira e última postagem o Sul do Brasil e a volta pra casa.
De início, eu tinha concordado em viajar para os Estados Unidos com minha esposa nestas férias. Então, ficamos monitorando nos sites pertinentes (melhoresdestinos, decolar.com e etc) passagens aéreas em promoção, o que acabou não acontecendo. Achamos preços de passagens em torno de 3 mil reais cada ida e volta. Assim, gastaríamos 6 mil reais só com passagens. Tínhamos restrições de data de ida e volta e isso também dificultou a procura. Já havíamos inclusive providenciado os vistos no Consulado Americano em São Paulo. Mas por causa do preço das passagens, desistimos desse destino nestas férias.
E como minha esposa nunca havia viajado de moto comigo, ela mesma tomou a iniciativa de propor a viagem. Assim, comecei a programar a viagem por volta de outubro/2016. Preparar a moto, equipamentos, definir roteiro, fazer as reservas de hotéis nas paradas e etc. Trabalho gostoso de planejamento em que você "viaja" sem sair do lugar.
Na preparação da moto, apenas substituí o pneu traseiro, o Michelin modelo Anakee 2, o mesmo que me levou ao Deserto do Atacama e que já estava com uns 12 mil rodados. Então, não dava pra arriscar mais 4 mil km com ele. Coloquei o Michelin Anakee 3, pois o 2 não se encontra mais à venda. Segundo a revenda, esse modelo foi descontinuado. É o terceiro pneu traseiro que uso na minha VStrom 650, agora com 30 mil km rodados. Além da troca do pneu, troquei óleo do motor e o filtro de óleo. O filtro de ar uso aquele lavável da K&N e a limpeza eu mesmo faço em casa.
Precisava também de um bom intercomunicador, pra dar mais conforto pra mim e minha esposa. Eu tenho um, mas é antigo e a bateria dura apenas uma hora, o que não resolve. Precisava comprar um novo. O piloto se mantem ocupado, atento á pilotagem, mas a garupa também precisa se manter distraída e a comunicação com ela é importante, além de ambos poderem ouvir suas músicas preferidas se você tiver um celular com bluetooth conectado ao intercomunicador. Após pesquisas com colegas e também na internet, optei pelo intercomunicador modelo SMARTPACK, SCALA RIDER, da empresa americana Cardo Systems, como você pode ver nas fotos abaixo (a da esquerda a caixa e ao lado os dois aparelhos que você instala nos capacetes :
Voltando ao planejamento da viagem, elaborei uma planilha em Excel que traz, dia a dia, as distâncias percorridas, endereços dos hotéis reservados pelo caminho e uma estimativa dos gastos, basicamente com hospedagem, combustível e alimentação. Coloquei a planilha no aplicativo dropbox para poder acessar pelo celular e não precisar levar a planilha em papel. Coloquei também nesse aplicativo o manual de instruções da câmera GoPro e do intercomunicador SmartPack. Ainda preciso achar na internet o Manual do Proprietário da minha VStrom 650 em arquivo "pdf" para não precisar levá-lo em papel. Vou deixar a planilha do planejamento disponível para download para quem se interessar em usá-la. Estou fazendo as últimas correções na planilha e logo a disponibilizo aqui.
(Planilha Excel do planejamento da viagem à Argentina, Uruguai e Sul do Brasil).
Clique no LINK abaixo para acessar a planilha no Dropbox:
Planilha de Gastos Viagem ARG+URU+Sul do BR
Abaixo um resuminho da viagem:
Moto: Suzuki VStrom 650 ano 2013 (eu e minha esposa Helen).
Países/destinos: Argentina, Uruguai e Brasil.
Distância total percorrida: 4.364 km, ida e volta (incluindo os deslocamentos nos destinos)
Locais/destinos: Resistência, Santa Fé e Buenos Aires na Argentina. Colônia del Sacramento, Montevideo e Punta del Este no Uruguai. Pelotas/RS, Cambará do Sul/RS (Canions Fortaleza e Itaimbezinho), Serra do Rio do Rastro e Joaçaba/SC no Brasil.
Período: 27/12 a 12/01/2017 (17 dias).
OK, a resolução desta imagem não ficou boa. Por isso, separei em duas partes, mas agora pelo Google Maps, que acho ficou um pouco melhor:
Parte 1: Foz do Iguaçu, Resistência, Santa Fé, Buenos Aires, Colônia del Sacramento, Montevideo, Punta del Este e Chuí...............(CLIQUE NAS IMAGENS PARA VÊ-LAS AMPLIADAS)
Parte 2: Chuí, Pelotas, Cambará do Sul (Canions), Serra do Rio do Rastro, Joaçaba e Foz do Iguaçu.
Abaixo algumas fotos da viagem:
Momento da partida no portão de casa. E a câmera GoPro já instalada na lateral do capacete. Não gostei dessa foto, mas foi a única que tirei com minha esposa, saindo de casa. |
Moto completa carregada com os baús traseiro e laterais. |
Não sou nem um pouco fã das capas de chuva, porque você tem que parar a moto, vestir a capa por cima da jaqueta e da calça. E como costumamos viajar no alto verão (dezembro e janeiro), o calor nessa região é terrível. Com a capa de chuva, não entra vento e o calor aumenta mais ainda. Como as chuvas de verão são rápidas, logo você tem que parar pra tirar a capa e guardá-la molhada. Um "pé no sac...". No meu caso, não uso capa, me molho todo, depois o vento seca e fica tudo bem. Pra minha esposa, eu ofereci comprar a capa de chuva, mas ela não quis.
Esse primeiro trecho, como já havia feito outras vezes, não acho grandes atrativos pra mostrar, a não ser a ponte que liga a cidade de Corrientes e Resistência, sobre o Rio Paraná. Veja abaixo:
Ainda no primeiro trecho do primeiro dia da viagem, na Argentina. |
Ponte General Manuel Belgrano, que liga Corrientes a Resistência na Argentina, sobre o Rio Paraná. |
Casa Mia Hotel em Resistência. |
Algumas medias-lunas, um sachê de manteiga, um de geléia e o café com leite. |
Segundo dia de viagem (28/12/2016), de Resistência para Santa Fé, cerca de 550 km. Pela manhã bem cedo, ainda na cama, ouvimos o barulhinho da chuva. Logo pensei: mais chuva pra hoje. Mas que nada, no verão o tempo muda muito rápido. Após o café, preparamos a moto e ao saírmos já não havia mais chuva. E o tempo foi melhorando aos poucos até abrir aquele sol maravilhoso.
Esse trajeto de hoje foi totalmente novo pra mim. Não havia ainda pilotado pela RN 11 em direção a Buenos Aires. A rodovia, apesar da pista simples, estava muito boa. Chácaras e sítios com casas bem cuidadas e de ótimo padrão podiam ser observadas da estrada. Mas o tempo todo você pilota em estrada plana, a cerca de 40 metros do nível do mar, medido pelo meu GPS.
Esse foi o nosso almoço na estrada. Sanduíche e Gatorade. |
Plantação de Girassóis no caminho entre Resistência e Santa Fé. Ao vivo é muito mais bonito. |
Santa Fé de la Vera Cruz é a capital da província de Santa Fé, tem cerca de 350 mil habitantes, e está localizada às margens da Lagoa Setúbal, o Rio Santa Fé e o Rio Salado. Assim, o porto da cidade é sempre uma boa atração pra se conhecer. Fomos caminhando e eis que não resisti a tirar uma foto desta relíquia aí abaixo:
Citroen Prestige 3cv, provavelmente da década de 70. |
Motor bicilíndrico, refrigerado a ar com 30 cavalos, segundo minhas pesquisas. |
Porto da cidade, pouco antes de chegarmos a um bonito Shopping. |
Acho que essa moto mereceu uma foto só pela criatividade do guidão. Clique na foto para vê-la em tamanho ampliado. |
Terceiro dia de viagem (29/12/2016), de Santa Fé para Buenos Aires, cerca de 470 km. A grande maioria desse trecho foi em pista dupla. Asfalto perfeito pela RN 11 e depois pela RN 9, de novo um trajeto totalmente novo pra mim, também em estrada plana, a cerca de 40 metros do nível do mar. É a mesma sensação de pilotar numa grande rodovia, como a Castelo Branco e chegando a São Paulo, por exemplo. Veja na foto abaixo.
Grandes pedágios pela RN 09 onde não há passagem lateral específica para motos, mas quando passei motos não pagavam. |
Pra quem não conhece a cidade, a dica pra não se perder é reservar hotel no centro da cidade, próximo à Zona Portuária, ao Puerto Madero, à Plaza del Congreso ou ao Buque Bus, por exemplo (abra o GoogleMaps, dê um zoom na cidade e localize os pontos acima). É uma região mais segura, com mais policiamento e onde se localizam os pontos turísticos.
Assim, quando estiver chegando a Buenos Aires (com cerca de 16 milhões de habitantes) pela RN 9, ainda a 50 km do centro, vai enfrentar trânsito intenso e aquelas rodovias e avenidas com 6 pistas só num sentido. Mas não se desespere. Se você reservou hotel na região central, pilote sempre de olho na pista da esquerda e nas placas verdes indicando "Centro" e "Avenida 9 de julho" que não tem erro. Cuidado que a pista da esquerda tem velocidade máxima de 130 km/h e os argentinos aceleram forte. Por isso, ficava quase sempre nas pistas do meio. Vejam as fotos abaixo.
Observe as placas verdes ao fundo indicativas dos bairros e avenidas principais. |
Pilotando em direção ao centro, você vai chegar obrigatoriamente na avenida 9 de julho, que é uma das principais da cidade e onde fica o "Obelisco", monumento histórico.
Veja parte da torre do Obelisco, ao fundo, na avenida 9 de julho, cruzamento com a av. Corrientes. |
Foi o que aconteceu com a reserva do Hotel Ibis Congreso, em Buenos Aires (Congresso em espanhol é com um "s" só). Fica na Avenida Hipolito Yrigoyen 1592 (Praça do Congresso) e o endereço geográfico correto é o S 34 61.014 - W 58 38.893. Resultado disso é que demoramos uns 15 minutos a mais para localizá-lo. Mas recomendo fortemente o hotel. Diária de 175 reais por dia o quarto duplo, com ar condicionado, TV a cabo, piso de madeira, sinal wi-fi muito bom, restaurante, bar 24 horas, banheiro muito limpo e equipado. Porém, o café da manhã e o estacionamento são à parte. Acho boa essa política, pois quem não consome não paga por esses serviços incluso na diária. E aquele preço foi nos dias 29, 30, 31/12 e 01 de janeiro de 2017, dias que costumam ser mais caros.
Em Buenos Aires, tivemos quatro dias para circular pelos pontos turísticos. Assim, deixamos a moto um pouco de lado e botamos as pernas pra desenferrujar. Eu e minha esposa circulamos a pé pelo centro para rever alguns locais que já tínhamos conhecido em julho de 2008.
Café Tortoni, vale a pena conhecer. Alguns dias da semana tem show de tango também. |
A bela Av. de Mayo, com a Casa Rosada ao fundo (sede da Presidência da República). |
Foto clássica no Puerto Madero. Mesmo com óculos escuros, o sol estava forte. |
Outra no Puerto Madero, desta vez na sombra de uma árvore. |
Na Avenida Corrientes, com o Obelisco ao fundo. |
Também fomos ao Restaurante La Cabrera, indicado pelo colega de trabalho Barros. Após pesquisar na internet, vi que se trata de um dos melhores restaurantes da América do Sul. E o forte é a típica parrillada argentina (Churrasco). O colega ainda alertou que tinha que reservar com antecedência e foi o que fizemos. Alertou também sobre o preço, mas eu tinha de pagar pra ver. Com tempo bom e plotado o endereço no GPS, fomos lá de moto (nada de pegar taxi). E a noite estava maravilhosa. Foi muito bom circular de moto por Buenos Aires à noite. Sensação única. Depois do jantar então, com um pouco de vinho nos miolos !!!!! Ah, se a polícia me pega............ Não preciso dizer que só deu a nossa moto lá, roubando o espaço de um veículo. Pena que não tirei foto da moto lá.
Segue na foto de cima o cardápio pra você saborear (ou não né ?!) e a nossa conta, ou seja, 1.552 pesos, cerca de 310 reais, composta de dois pratos (duas carnes), uma garrafa de vinho, uma sobremesa, uma água com gás e um café.
Como ficamos no Ibis na praça do congresso, não podia faltar uma foto do congresso argentino:
Congresso argentino, uma bela construção arquitetônica. |
O casal Giovani e Cleusa, da cidade de Toledo / PR. |
Uma paradinha na sombra pra rever o destino e resolvemos procurar o Hard Rock Café. |
Eis o prédio do Hard Rock Café em Buenos Aires. Um feliz achado. |
No interior, muito estilo.................... |
.........................e rock´n roll de primeiríssima qualidade. |
Beatles |
Freddie Mercury |
ZZ Top |
Bob Dylan |
Lugar muito agradável. Não dá vontade de ir embora. |
Enquanto eu subia no andar de cima para explorar o ambiente, capturei um brinde ao momento. |
Após o Hard Rock Café, ainda fomos almoçar um bife de chorizo na avenida 9 de julho e depois fomos a um barco-casino com o casal Giovani e Cleuza, que, dia seguinte, partiram direto para Montevideo, enquanto nós ainda tivemos dois dias em Colonia del Sacramento.
Depois do casino, onde o casal de amigos ficou jogando, ainda passamos no Puerto Madero para saborear o sorvete mais famoso da argentina, o Freddo. |
Experimente o sorvete de doce de leite com vauquita. |
Agora já dentro do catamarã, enquanto os operadores da garagem do barco fazem de tudo pra caber o máximo de carros e motos. |
Um grande abraço e um agradecimento especial a todos os leitores e seguidores do blog.