domingo, 10 de abril de 2016

Viagem de moto ao Rio de Janeiro - Rock in Rio 2015 - 16 a 21/09/2015


Primeiramente, desculpem o longo tempo sem novos artigos aqui no blog. Sei que estou devendo. A última postagem foi em 05 de fevereiro de 2015, ainda sobre a viagem ao Deserto do Atacama, realizada em janeiro/2015.
Desde então, fiz pequenos passeios de moto próximos a Foz do Iguaçu. Depois da maravilhosa viagem à Argentina e ao Chile, passando pelo Deserto do Atacama, onde tive a oportunidade de apreciar belos cenários da natureza, confesso que perdi um pouco do entusiasmo de relatar e escrever sobre os pequenos passeios, que se tornaram comuns e sem muitos atrativos. Reconheço que falhei, mas vou retomar minhas postagens, pois isso me dá prazer. A ideia é compartilhar experiências vividas nesse incrível mundo das duas rodas que, mesmo numa pequena viagem ou passeio de final de semana, pode proporcionar momentos únicos e novos ensinamentos passíveis de serem compartilhados e que podem ajudar outros motociclistas (como o caso do pneu furado relatado abaixo). Assim, fica aqui meu compromisso de escrever com mais frequência no blog.
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Assistir a uma edição do Rock in Rio era um daqueles desejos guardados numa lista de coisas a fazer ou lugares a visitar antes de morrer. Existe um livro chamado: "1.000 lugares para conhecer antes de morrer" ? Pois é, é mais ou menos nessa linha. E essa edição de 2015 do Rock in Rio foi uma edição especial de 30 anos do festival, uma vez que o primeiro foi em 1985.

Pra começar a realizar este desejo, me inscrevi no Rock in Rio Club em 2014, como uma forma de comprar o ingresso antecipadamente, sem aquela correria que ocorre quando abrem as vendas pela internet. No Rock in Rio 2013, por exemplo, 80 mil ingressos foram vendidos em menos de uma hora. Assim, me inscrevi nesse clube de apaixonados por rock e ainda ganhei uma bonita miniatura de guitarra (olha ela aí embaixo). Por volta de setembro ou outubro de 2014, comprei dois ingressos a R$ 320,00 cada.


Com os ingressos comprados e algumas das atrações do show já confirmadas, em março desse ano foi preciso associar os ingressos a um dia específico. Escolhi o dia 19 de setembro, em que a principal atração foi a banda Metallica. As outras bandas desse dia foram Gojira, Royal Blood e Motley Crue. Foram 7 dias de rock, entre os dias 18 e 27 de setembro.

Uma pena foi o meu celular ter enguiçado logo dois antes da viagem. Perdi a chance de fazer várias fotos instantâneas. Não queria fazer a viagem ao Rio sozinho e felizmente o Rogério topou a empreitada comigo. É um grande amigo e tem uma moto igualzinha à minha, uma Suzuki VStrom 650. São iguais até no ano (2013) e na cor (prata).

Abaixo um resuminho da viagem:

Motos: Duas Suzuki VStrom 650 ano 2013.
Destino: Rio de Janeiro - RJ.
Distância total percorrida: 3.350 km, ida e volta (incluindo os deslocamentos no destino)
Estados: Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Período: 16/09 a 21/09/2015 (quarta a segunda).

Veja nosso roteiro geral abaixo, pelo BaseCamp:



E agora o mesmo roteiro com mais zoom: (clique no mapa para ampliar)



Previsão de tempo bom, sem chuva, para todos os seis dias de viagem em nossa rota de ida e volta, que incluiu Foz, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro.

No primeiro dia de viagem (quarta-feira, 16/09), aconteceu algo que eu não esperava. Como sou precavido, já havia comprado em 2014 um kit borracheiro, mas nunca achei que iria usá-lo, pelo menos não tão cedo. Pouco depois da cidade de Cascavel-PR, quando estávamos passando pelo posto da Polícia Rodoviária Federal em Ubiratã, o pneu dianteiro da moto do Rogério furou.

Paramos ao lado do posto policial e a primeira providência minha foi procurar por um prego ou parafuso ainda preso ao pneu. Curioso que o pneu murchou muito rápido, o que não é comum para pneus sem câmara, que costumam esvaziar lentamente. Não achei nenhum prego ou parafuso que indicasse o local do furo. Assim, usamos o spray veda-furo na esperança de resolver o problema. Esse spray tem uma mangueirinha que você rosqueia no bico da roda para injetar o líquido branco vedante e também o ar para encher o pneu. Minha surpresa foi que o líquido branco começou a vazar pelo furo, o que indicou o local do furo. Era hora então de usar e testar pela primeira vez o kit que eu tinha comprado. Uma pena foi o meu celular ter enguiçado logo dois dias antes da viagem. Perdi a chance de fazer várias fotos de oportunidade, como neste momento quando eu estava usando o kit.

Mas acho que fiz tudo direitinho, ou seja, copiei exatamente o que os borracheiros fazem: localizado o furo, passe a chave, que parece uma lima, várias vezes no furo para limpá-lo de eventual sujeira ou impureza. Feito isso, pegue um macarrão do kit e passe por dentro do bico da outra chave que vem no kit, deixando metade de um lado e metade do outro. Veja abaixo o meu kit:



Depois, vá empurrando a chave devagar pelo furo do pneu até que sobre uma pequena ponta do macarrão para fora, e retire a chave. O macarrão fica preso ao pneu porquê parece que é feito de uma tira de borracha derretida com uma cola grudenta, o que ajuda a vedar o furo. Corte com tesoura ou canivete o pedaço do macarrão que ficou pra fora do pneu. Feito isso, usamos meu mini compressor, ligado na tomada 12v presa ao guidão, para encher o pneu e pronto. Com o medidor manual de calibragem, verificamos a medida certa e seguimos viagem. Não sem antes agradecer ao policial rodoviário federal, que gentilmente nos ofereceu o banheiro do posto policial para as devidas necessidades.

Neste primeiro trecho, de Foz a Londrina, meu capacete incomodou bastante, pois com o uso do intercomunicador, parece ter ficado pequeno e machucou minha orelha. A próxima viagem necessitará de um capacete novo, mas desta vez, vou comprar um número maior para alojar o intercomunicador. Acabei comprando um capacete aberto número 60/61 para uso na cidade, pois ventila melhor no calorão de Foz e outro ainda a ser comprado para as viagens.

Após 530 km chegamos a Londrina, onde o Jean nos esperava. Cedeu seu apartamento e passamos a noite com ele. E ainda nos levou a uma lanchonete, onde fizemos um lanche maravilhoso antes de cair na cama. Registramos o momento no apartamento do Jean com a foto abaixo.


Pela manhã, o Jean nos preparou um belo café da manhã e seguimos em direção a São Paulo. Tínhamos mais uns 520 km até São Paulo, via Ourinhos e rodovia Presidente Castelo Branco. Na Castelo, motos não pagam pedágio, um alívio para o bolso. Tenha cuidado apenas na hora de passar pela pista que a concessionária disponibiliza para as motos, principalmente se você estiver com baús laterais. Essa passagem é estreita. No pagamento dos pedágios antes da Castelo Branco, eu e o Rogério revezávamos o pagamento para agilizar a passagem.


Entre Londrina e Ourinhos, cerca de 130 km com muitas curvas gostosas pra acelerar.
Neste posto da polícia rodoviária, trocamos os capacetes para que o Rogério tirasse fotos e me filmasse um pouco, já que a minha GoPro estava fixada no meu capacete.
E por falar em câmera GoPro, não se esqueça de um recurso que eu acho bem interessante no modelo Hero 3+, que é a filmagem intercalada com fotos automáticas a cada lapso de tempo. Eu programei para que a câmera tirasse uma foto a cada 30 segundos, enquanto filma normalmente. Existem outros lapsos de tempo em que você pode programar e esse recurso está presente em vários modelos, mesmo nos mais antigos.

Nesta foto, o Rogério usa meu capacete para me fotografar ao lado dele.

Nesta outra, já destrocamos os capacetes.

Acima, já no Posto Rodoserv Star, na rodovia Castelo Branco, km 191. Parada altamente recomendável, pela estrutura de serviços disponíveis, de alta qualidade.



O Rogério está usando a camiseta que fizemos para o Deserto do Atacama.

Chegando em São Paulo, não podia deixar de ver meu amigo Sérgio e sua esposa Kátia, os melhores amigos que deixei em São Paulo. Após passar na casa do Sérgio, contatamos nosso amigo Ricardo Vasconcellos, que nos pegou na casa do Sérgio e fomos até o apartamento dele, no bairro do Morumbi. Guardamos as motos na garagem do edifício. Relatamos ao Ricardo a nossa viagem até ali, tomamos banho e o Ricardo nos levou a pé para um lanche rápido numa excelente lanchonete na esquina da Av. Giovanni Gronchi, próximo do apartamento.
Discutimos com o Ricardo sobre a saída de São Paulo no dia seguinte, se pelas marginais Pinheiros e Tietê ou se pelo Rodoanel Mario Covas. Pelo Rodoanel, o caminho fica 70 km mais longo, mas não pegamos os engarrafamentos que normalmente ocorrem nas marginais, principalmente às sextas-feiras. Foi o que fizemos. Andamos o tempo todo no limite de velocidade do rodoanel, ou seja, entre 90 e 110 km/h dependendo do trecho, sem nenhuma perda de tempo.
Neste trecho São Paulo / Rio, feito no dia 18/09/2015, uma sexta-feira, acabei ligando a câmera só lá pelas 4 e meia da tarde, já descendo a Serra das Araras. Vejam algumas fotos:


Descendo a Serra das Araras, sentido Rio de Janeiro, com o Rogério à frente.




Antes de chegarmos à Serra das Araras, contatamos o Marconde, que nos informou que precisava nos encontrar pra deixar as chaves do apartamento dele conosco, pois tinha esquecido de deixar na portaria do prédio. Lógico que se tratava de um GOLPE de carioca malandro. Ao nos encontrarmos, ele disse que, se não fizesse assim, nós iríamos direto, sem falar com ele. (Lógico que não né Marconde). O Marconde estava indo a São Paulo ver o filho justamente naquele final de semana do show do Rock in Rio e deixou seu apartamento exclusivamente pro nosso uso. Uma gentileza do tamanho do coração do Marconde. Obrigado meu camarada!

Chegando ao trânsito do Rio numa sexta-feira a tarde. Final da Rodovia Presidente Dutra.

O trânsito infelizmente parou por causa de uma blitz, mas correu tudo bem. Passamos também pelas linhas vermelha e amarela.

Agora partimos para algumas imagens belíssimas dos shows do Rock in Rio do dia 19 de setembro de 2015.



Na tela ao fundo, a homenagem aos 30 anos do Rock in Rio.






Metallica na veia.



Nos dois telões laterais, o líder, vocalista e guitarrista do Metallica James Hetfield.



Encerrando o show do dia, a organização do Rock in Rio agradecendo a presença de todos com muitos fogos de artifício.
No domingo, dia 20/09, começamos a jornada de volta pela Via Dutra em direção a São Paulo.



Tempo excelente, asfalto melhor ainda, calor infernal que fazia o pneu "derreter" e grudar no asfalto, com curvas longas e deliciosas de acelerar....nada melhor.


Placa mostrando km 304 na via Dutra - RJ, pilotando sentido Sul.
Chegando a cidade de Aparecida do Norte, já no estado de São Paulo.


Meu companheiro de viagem Rogério.

Ops, uma foto meio distraído, mas lembrança da passagem pela cidade sagrada. Na saída de Aparecida do Norte, já escuro, um dos faróis da minha VStrom queimou. Um motociclista que passava nos ajudou a trocar a lâmpada por uma reserva que eu trazia. Pequeno atraso de 20 minutos  para a troca e seguimos viagem. Fiquei com uma lâmpada amarela (original) e a outra luz branca, mas pelo menos com iluminação.
Uma parada em um dos pedágios da Rodovia Castelo Branco para uma foto com a camiseta do Rock in Rio: "EU FUI".
E no último dia, fizemos a mais longa quilometragem num dia só, ou seja, cerca de 1070 km de São Paulo, capital, até Foz do Iguaçu, Paraná, na segunda-feira, dia 21/09/2015, após dormimos em São Paulo, na casa do amigo e também motociclista Ricardo Vasconcellos, que gentilmente nos acolheu.
E assim foi nossa viagem, realizado mais um sonho de ver o Rock in Rio ao vivo.
Para 2017, já foi confirmada nova edição...quem sabe não estaremos lá de novo.