terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dia 11 – 07/01/2015 – De Antofagasta a Copiapó – 573 km.

Ontem, ao chegar a Antofagasta, tinha programado a troca de óleo da moto na Lubricentro Parada, localizada na Av. Argentina, 2511. Tinha recebido esta indicação de um outro brasileiro viajante pela internet, então resolvi procurar esta loja. Fui atendido pelo Roberto, muitíssimo atencioso, mas ele não tinha o óleo Mobil 15W 50 semi-sintético que costumo usar, nem um outro sintético ou semi. Tinha só um óleo mineral comum. Então, resolvi seguir viagem sem fazer a troca, pois havia trocado em Foz antes da viagem e iria rodar cerca de 6300 km com esse óleo. A opinião dos colegas era que o óleo aguentaria bem, considerando ainda que rodaria só em estrada e num prazo de uns 20 dias e não o desgastaria.
O contato com o Roberto, dono da loja, rendeu-nos a indicação de um Hotel chamado Costa do Marfin, a menos de duas quadras da loja. Bom local, estacionamento fechado e coberto para as motos, wi-fi no quarto e próximo de lojas, supermercados, lanchonetes e restaurantes. Fomos a uma lanchonete fazer um lanche a noite e tomamos uma torre de chopp.
Dia seguinte, antes do café, a Dadiva nos avisa que o Odair não estava bem, com dor de cabeça, vômitos e náuseas. Na recepção, nos informaram que uma clínica particular nos atenderia mais rápido que um hospital público. Assim, acompanhei a Dadiva e levamos o Odair para a clínica. Atendimento rápido, medicado, tomou soro, dormiu um pouco e, por volta das 11:30h, já estava em condições de prosseguir viagem. Cerca de 60.000 pesos de despesas médicas (cerca de R$300).
Prontos para pegar a estrada, o Odair observa que o freio traseiro da moto do Marconde estava com a pastilha totalmente gasta. Não daria pra prosseguir viagem e assim procuramos uma concessionária BMW em Antofagasta. Localizamos a loja da BMW até com certa facilidade mas, para nossa surpresa, não havia pastilha de freio para a GS 800 (veja foto da loja). Incrível como um item desses, parte da manutenção normal de uma moto, pode faltar na única concessionária da marca na cidade. Nossa sorte foi que o gerente se sensibilizou com o nosso problema e retirou o par de pastilhas semi-novas de uma GS 800 que era de teste-drive. Resolvido o problema, eram 15h e caímos na estrada com a missão de rodar 573 km no resto do dia.
Com a desistência do Ricardo de prosseguir a viagem, a partir de Antofagasta, passamos a reservar um quarto triplo para mim, o Coyote e o Marconde, ficando o Odair e Dadiva num quarto duplo.
Em Copiapó, cidade que receberia, no mesmo dia de nossa chegada, o Rally Dakar (antigo Paris-Dakar), tinha reservado com antecedência três quartos de hotel, pois eu sabia que os hotéis da cidade ficariam lotados com o Rally Dakar, o que realmente aconteceu.  Eu dividiria um quarto com o Ricardo, ficando o Coyote e o Marconde em outro. Com o retorno do Ricardo e para eu não pagar um quarto sozinho, cancelei a reserva que havia feito em Copiapó. Como caímos na estrada somente as 15h em função dos contratempos relatados, chegamos em Copiapó por volta das 22h e rodamos uns 40 minutos na cidade até encontrar 2 quartos disponíveis num hotel. Não é fácil chegar no destino cansado, à noite, com fome e tendo que procurar hotel. Depois de ajeitar as coisas, ainda saímos para jantar. Na verdade, ceiar, pois já passava da uma hora da manhã.
Saindo de Antofagasta, após rodar cerca de 75 km pela Ruta 5, a famosa Carretera Panamericana, encontramos a famosa “Mão do Deserto”, escultura que praticamente obriga todos os viajantes a parar para registrar o momento (veja as fotos). A escultura fica à sua direita na Ruta 5, sentido Copiapó e há uma placa informando o local. Lógico que vale a parada e o registro.
Como eu não havia lido relatos de falta de combustível no Chile, não abasteci o tanque de combustível reserva que levava. Acontece que, nesse trecho inicial de Antofagasta a Copiapó, rodamos 240 km sem posto de abastecimento. Se sua moto não tem essa autonomia, leve gasolina reserva. Minha moto, como também a dos outros colegas, chegou com a reserva já piscando, pois para compensar o atraso na saída, “enrolamos o cabo” literalmente. Rodamos numa velocidade entre 160 a 180 km/h. Aí as motos beberam a vontade. A minha VStrom 650 fez apenas 13,5 km por litro. Rodando num giro mais alto que as GS 800 e GS1200, o consumo dela foi bem alto. Normalmente, a VStrom faz 18,5 km/l na cidade e 22 na estrada se você não passar de 120 km/h. Mas, honestamente, no Deserto do Atacama, rodar a 120 km/h não dá.
Esse trecho de Antofagasta a Copiapó (573 km) é meio monótono, principalmente nos 400 km iniciais, pois é só desertão brabo, sem mudança do cenário. À medida que a Ruta 5 se aproxima do litoral do Pacífico, na altura de Chanaral e até Caldera (90 km), você roda ao lado do Oceano pacífico e o cenário fica bem mais interessante. A partir de Caldera e até Copiapó, a Ruta 5 é de pista dupla e sai do litoral. Essa parte de pista dupla, não apreciamos pois já era noite. Sorte nossa que anoiteceu mesmo só lá pelas 20:45h. Rodamos cerca de uma hora e meia à noite. Aí é que o farol da V-Strom se mostrou eficiente. Deixou os da GS no chinelo. A GS 800 do Odair tinha farol de milha, o que ajudou bastante.
Vamos ver as fotos desse trecho. Clique nas fotos para ampliar.

Preço dos 3 tipos de gasolina (nafta) em Antofagasta. Com o real valendo cerca de 190 pesos nas casas de câmbio, a gasolina no Chile variava de R$ 3,71 a R$ 4,04, passando pelo preço médio de R$ 3,86 para a nafta de 95 octanas. Os manuais da maioria dos nossos veículos recomendam usar a nafta do Mercosul sempre acima de 95 octanas. Não entendo o porquê, uma vez que nossa gasolina batizada com 25 % de alcool tem só 89 octanas.

Parada para abastecimento, antes de seguir para Copiapó.

Concessionária BMW para trocar a pastilha de freio da moto do MM.

Chegando na "Mão do Deserto", a cerca de 75 km de Antofagasta, pela Ruta 5.

A escultura fica a uns 300 m da pista.


Depois de ver muitas fotos de outros viajantes nessa escultura, eis a nossa. Missão dada é missão cumprida.

Eu e a minha Guerreira Suzi V-Strom na Mão do Deserto.


Depois da escultura, "enrolamos o cabo" para recuperar o tempo perdido.

A paisagem, inicialmente muito repetitiva, foi melhorando aos poucos.

Esse tempo ensolarado o tempo todo judiou do branquelo do Odair, que gastou tubos de protetor solar.

Ufa, depois de 240 km e o tanque na reserva, chegamos ao posto Copec.

A partir daqui, o cenário foi ficando mais bonito.

E aparecendo curvas para deixar a pilotagem mais prazerosa.

E montanhas altas, com geografia magnífica.

Depois de rodar muito tempo numa altitude de uns 1700m, começamos a descer lentamente.


Estradas impecáveis no Chile por um pedágio irrisório.....viu Brasil.

A montanha sem nenhuma vegetação parece que vai se desmanchar se chover forte. Mas, chuva forte no deserto ?

Como saímos tarde de Antofagasta, o sol aparece para nos brindar com seu brilho.

Óculos escuros, imprescindíveis na viagem. Eu levei dois,

Alguns modelos de capacetes tem viseira escura para o sol. Mas, para esse sol forte, melhor um bom óculos, pois conta com as proteções de raios (UVA e UVB).

Imagina pilotar um tempão com esse sol direto sem viseira escura ou sem óculos escuros !!??

Cenários bonitos, gravados na memória e na alma.

Aqui, as nuvens só rondaram.

Pela altura do sol, devia ser uma 8 da noite.

Estamos naquele trecho de 90 km entre as cidades de Chanaral e Caldera, no Pacífico.



Agora com o sol bem de frente.

Pegamos alguns pequenos desvios, em função de obras na pista, mas bem sinalizados.

Outro desvio, com o piso não tão firme.

Mais desvio, mas tudo bem....



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