domingo, 25 de janeiro de 2015

Dia 9 – 05/01/2015 – San Pedro de Atacama – Passeios.

Hoje foi o dia do passeio no famoso Geiser del Tatio e ao Povoado chamado Machuca.
Estávamos pensando em ir ao local de moto, mas pensamos bem e decidimos ir com a agência mesmo, que fez um precinho camarada, ou seja, considerando o nosso grupo de 5 pessoas, saiu 15.000 pesos por pessoa, ou cerca de R$ 75,00. Além disso, tinha um café da manhã incluído. Nada mau.

Imaginamos levantar as 4 da manhã, num frio de uns 5 graus, se equipar todo, pilotar no escuro e encarar um terreno às vezes ruim, na altitude de cerca de 4 mil metros e......desistimos de ir de moto. A distância de San Pedro ao Gêiser del Tatio é perto de 100 km só de ida, parte asfalto e parte terra/areia/rípio.

Esse passeio nos surpreendeu, pois, além de ver os gêiseres em plena atividade pela manhã, nadamos naquela piscina rasa de águas quentes com a temperatura entre 34 e 37 graus. Externamente, a temperatura em torno de 2 graus. Não dava nem pra levantar o corpo da água para as fotos.
Estava tão frio que o Marconde MM amarelou literalmente. Não quis saber de tirar a roupa e encarar a piscina. Ficou de fora da água só sacando fotos.

De repente, começou a garoar e a temperatura caiu mais ainda. A garoa começou a se transformar em flocos de neve. Eu e o Odair, que nunca tínhamos visto neve, comemoramos com muita alegria e calafrios a primeira visão da neve que, infelizmente, veio por pouco tempo. Foram uns 30 minutos de neve, mas que foram suficientes para cobrir de branco os cumes das montanhas ao redor, tornando o cenário ainda mais bonito.

Depois de uns 20 minutos curtindo a água quente, saímos para botar as roupas naquele frio miserável. Com bastante gente fazendo o mesmo ao mesmo tempo, foi uma bagunça de roupas e calçados nos bancos disponíveis que meu tênis sumiu. Alguém tinha pego por engano, mas e agora ? Naquele frio e descalço. Corri para a Van e avisei o pessoal do sumiço do tênis, que logo apareceu. Uma moça pegou enganada e devolveu rápido. Acho que nunca passei tanto frio, mas valeu cada minuto do passeio.

Na volta dos gêiseres, visitamos o povoado de Machuca, onde, pela primeira vez, experimentei um espetinho de carne de Lhama. Havia lido que a carne deles se assemelha a nossa carne bovina no sabor e consistência. Não concordei muito mas, como a curiosidade fala mais alto, entrei na onda. Mas não repito a experiência.

Para quem não tem ideia do que é um “Geiser”, vai abaixo uma breve explicação:
Um geiser, também grafado como géiser, é uma nascente termal que entra em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água quente e vapor para o ar. O nome gêiser provém de Geysir, nome de uma nascente eruptiva em Haukadalur, na Islândia; este nome deriva por sua vez do verbo gjósa, "jorrar".
A formação de gêiseres requer uma hidrogeologia favorável, o que existe apenas em poucos locais na Terra; logo são fenômenos razoavelmente raros. Existem cerca de mil em todo o mundo, e metade destes no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, entre os quais um dos mais conhecidos e regulares é o Old Faithful (ou "Velho Fiel"); outros gêiseres se encontram na Nova Zelândia, Rússia, Chile e Islândia. 
Processo de formação.

A água subterrânea que se choca nas fissuras, cavidades e lençóis freáticos, em contato com rochas e principalmente a lava vulcânica encontrada abaixo à elevada temperatura, vai aquecendo a água gradualmente. A elevada pressão a que a água se encontra faz aumentar o ponto de ebulição da água, a qual obriga então a água a subir de forma violenta, em forma de jato, dando origem a esta manifestação de vulcanismo. Esses jatos podem atingir cerca de 80 metros de altura e apresentar temperaturas de 70 ºC onde não há rocha vulcânica, como o riolito, que é dissolvido em água quente e as formas de depósitos minerais chamados conglomerados siliciosos ou geiseritas, juntos dentro de sistemas de canalização. Ao longo do tempo, esses depósitos de rochas fortemente consolidadas reforçam as paredes do canal e permitem a atividade do fenômeno da natureza. (Fonte: Wikipédia).
Vamos ver as fotos (não esqueça de clicar nas fotos para vê-as ampliadas).
Amanhecendo, à cerca de 4300 m de altitude, num frio de 6 graus.

Nosso amigo Marconde, apreciando bem de perto.

Àgua "em erupção".....


Olha o tamanho da fissura na terra, com água quente e transparente !

Gente de todo o mundo visitando os geiseres.

Com cara de sono, depois de ter acordado às 4 da manhã.

Erupção aquática mais forte.

Aqui, usei o "zoom" para trazer esta erupção de vapor de perto.

Como em poucos ligares do mundo, um "campo" de geiseres.

Esse só em forma de vapor.

Um vídeo dará uma ideia muito melhor do que são os geiseres.



Neste local da "piscina", a água brotava mais quente, por isso, a "reunião" no local.

Ao fundo, os vestiários, pra quem quisesse trocar a roupa. Nosso guia avisou pra irmos com a roupa de banho por debaixo, para facilitar a operação no frio.

Com poucos vestiários, muita gente, como eu, deixou a roupa nos bancos externos (à direita na foto).

Só a cabeça pra fora, com o frio de 2 graus que tava fazendo.

Eu e nosso amigo Coyote logo a frente.

Logo ali, atrás dos vestiários, nosso guia informou que, há anos atrás, quatro francesas morreram ao cair nas águas quentes de um geiser.

Começou a esfriar ainda mais e a garoar.

De repente, flocos de neve no lugar da garoa e os picos dos montes branquearam de neve. Comemoramos a primeira visão da neve.

Com marcas de neve na lente da câmera.

Nosso guia falou que esta neve, nesta época do ano, é rara. Fomos presenteados...
No retorno, lindas paisagens. Vale do Rio Putana.

Uma ave chamada tagua gigante, se bem me lembro do nome dito pelo guia.

Rio Putana e montes nevados ao fundo.

Sem luvas, mãos dentro dos bolsos da jaqueta para aquecer.

Difícil escolher as fotos....uma mais bonita que a outra.

Chegamos ao Povoado indígena Machuca, quase extinto. Nosso guia disse que o governo incentivou as pessoas a retornarem as suas casas. Diz ainda que foi a última resistência dos indígenas bolivianos antes da tomada do território pelo Chile.

Se você observar atentamente, algumas casas de adobe e cobertas de palha, tem placas solares. Adobe é uma espécie de tijolo, feito com terra crua, água e algumas fibras naturais (palha), moldados em formas por processo artesanal.



Igreja do povoado.

O casal Odair e Dadiva, apreciando um espetinho de carne de lhama.

A preparação do espetinho de carne de lhama.

Gaivota andina.

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